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Bahia registra média anual de 4,1 mil crianças órfãs desde 2021, aponta levantamento

Foto: Reprodução / TV Brasil

Um levantamento realizado pelos Cartórios de Registro Civil mostra que, desde 2021, mais de 4,1 mil crianças e adolescentes de até 17 anos ficam órfãos de pelo menos um dos pais, anualmente, na Bahia. Segundo os dados, a pandemia da Covid-19 foi responsável por cerca de 1/7 desse total, o que representa 527 crianças que perderam seus pais devido à doença, em um universo de 3.712 órfãos.

Entre 2021 e 2024, estima-se que a Covid-19 tenha deixado até 1.631 menores órfãos de um dos pais. Esse levantamento foi possível graças ao cruzamento de informações dos CPFs dos pais incluídos nos registros de óbitos e de nascimento, prática que se tornou obrigatória a partir de 2019.

O presidente da Associação dos Notários e Registradores da Bahia (Anoreg-BA), Daniel Sampaio, destacou a relevância do estudo para a formulação de políticas públicas:
“Esse levantamento reforça o papel social dos cartórios baianos, que oferecem dados confiáveis. Essas informações são cruciais para compreender a realidade da orfandade e direcionar iniciativas de apoio às crianças e adolescentes afetados.”

Em 2022, 3.876 crianças perderam pelo menos um dos pais na Bahia, enquanto em 2023 esse número aumentou para 4.521. Até outubro de 2024, já foram registrados 4.382 casos, e a tendência é que o total do ano supere o recorde anterior.

Quando analisados os casos de crianças que perderam ambos os pais, os números são menores: 72 em 2021, 62 em 2022, 96 em 2023 e 83 até outubro de 2024. No ranking nacional, São Paulo lidera em número de órfãos devido ao tamanho de sua população, seguido pela Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.