O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu um inquérito para investigar as condições de trabalho na unidade da montadora BYD em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS). As denúncias, recebidas em 30 de setembro, relatam violência física e irregularidades no ambiente de trabalho.
Segundo as queixas, trabalhadores são agredidos com chutes e pontapés, enfrentam jornadas de até 12 horas diárias, de domingo a domingo, e vivem em condições precárias nos alojamentos, com ambientes superlotados, falta de divisórias adequadas entre homens e mulheres, e banheiros sujos e mal iluminados.
No dia 11 de novembro, o MPT realizou uma inspeção na unidade, que ainda está em fase de construção da linha de montagem. A montadora e três empresas contratadas foram notificadas a apresentar documentos como contratos de trabalho, vistos para estrangeiros e planos de saúde ocupacional e de prevenção de acidentes.
Em nota, a BYD disse que recebeu as denúncias “com repúdio”, anunciou a demissão dos agressores e exigiu providências imediatas das prestadoras de serviço. A empresa afirmou ainda estar tomando ações para corrigir as inconformidades encontradas.
O procurador Bernardo Guimarães, responsável pela investigação, enfatizou a gravidade da situação e a necessidade urgente de ajustes para garantir a saúde e segurança dos trabalhadores. Ele também destacou que os relatos de violência física serão apurados. O inquérito continua em andamento, e uma nova inspeção pode ser realizada. Caso as irregularidades sejam confirmadas, o MPT poderá propor um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) ou mover uma ação judicial.
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