O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, está no centro de uma polêmica devido a uma proposta ambiciosa: a construção do prédio mais alto do mundo, com um quilômetro de altura, na periferia da capital paulista. Marçal afirma que o arranha-céu, batizado por ele de “Brasil”, consolidaria São Paulo como um centro global de negócios. No entanto, o candidato não detalhou se o edifício teria fins comerciais ou residenciais.
Especialistas questionam a viabilidade do projeto. José Police Neto, coordenador do Centro de Estudos da Cidade do Insper, considera a proposta superficial e difícil de avaliar, destacando que o plano diretor de São Paulo permite construções sem limite de altura em algumas áreas, mas isso não garante a liberação do projeto. Além disso, Marçal precisaria enfrentar limitações relacionadas ao coeficiente de aproveitamento, que restringe o volume de construção permitido em um terreno. Atualmente, nenhuma região da cidade tem um coeficiente que suporte um edifício dessa magnitude.
Police Neto também ressaltou que, quanto maior o prédio, mais caro o metro quadrado, o que inviabilizaria a destinação das unidades para a população de baixa renda. Caso o arranha-céu seja voltado para moradores de alta renda, o financiamento teria que ser feito pelo setor privado, sem recursos públicos. O especialista sugeriu que, se o objetivo de Marçal é atrair turistas, seria mais eficaz investir em outras áreas do setor.
Marçal planeja aprovar mudanças no Plano Diretor na Câmara dos Vereadores e estima que o projeto custará mais de R$ 1 bilhão, a ser financiado por meio de uma parceria público-privada. No entanto, a falta de clareza sobre o uso do prédio e os desafios regulatórios colocam em dúvida a execução da proposta.