Nesta quarta-feira (24) completa 5 anos da maior tragédia marítima da Baía de Todos-os-Santos. No total de dezenove pessoas morreram no naufrágio do Cavalo Marinho I e outra faleceu em 2018, por sofrer de depressão e estresse pós-traumático – que é o distúrbio caracterizado pela dificuldade em se recuperar depois de vivenciar um acontecimento violento e/ou impactante. Os sobreviventes da tragédia e seus familiares esperam decisão da Justiça sobre as indenizações.

A embarcação naufragou depois de 15 minutos após sair do cais de Mar Grande, na cidade de Vera Cruz, no início da manhã do dia 24 de agosto de 2017. A embarcação poderia transportar até 160 pessoas, e levava no dia da tragédia 120 pessoas, sendo 116 passageiros e quatro tripulantes.
A lancha estava regular, porém, a Marinha encontrou uma série de negligências, atribuída ao proprietário da empresa, Lívio Garcia Galvão Júnior, e ao engenheiro responsável técnico pela embarcação, Henrique José Caribé Ribeiro. A principal delas foi a colocação de 400 kg de lastros, que são pesos usados para ajudar na capacidade de manobras, no fundo da lancha Cavalo Marinho I. Lívio foi condenado à multa máxima no valor de R$ 10.860, a ser corrigido pelo setor de execução do Tribunal Marítimo. Já Henrique José foi penalizado com a interdição do exercício da função de responsável técnico em todas as Capitanias dos Portos do Brasil pelo período de cinco anos.
Os objetos são feitos de concreto e foram deixados soltos abaixo da sala de comando e deslizaram dentro da lancha, contribuindo “negativamente para a capacidade de recuperação dinâmica da embarcação”. A Marinha identificou ainda que a embarcação passou por mudanças consideradas irregulares, que acabaram com a inserção desses lastros. Depois da colocação desse peso, um novo estudo de estabilização deveria ter sido feito.
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